A opera L’Isola Disabitada pode ser considerada como uma reformulação do mito de Orfeu e Eurídice.
O professor Carlos Pimenta (Director da Licenciatura em Artes Performativas e Tecnologias – ULHT e da Licenciatura em Artes Dramáticas – ULP) é o responsável pela concepção e direcção da opera L´Isola Disabitada que será apresentada no Grande Auditório do CCB nos dias 25 e 26 às 20h.
O libreto de L’Isola Disabitata foi escrito pelo maior poeta para música do séc. XVIII, Pietro Metastasio. Teve a sua primeira apresentação no dia 31 de maio de 1753 em Aranjuez, com música do compositor austríaco de descendência italiana Giuseppe Bonno (1711-1788). Em Portugal, L’Isola Disabitata foi apresentada com música de David Perez em 1767 e teve várias apresentações nos teatros reais portugueses.
Esta breve peça teatral pode ser considerada como uma reformulação do mito de Orfeu e Eurídice. Os motivos principais do conto estão aqui todos reunidos: a viagem, a separação dos jovens esposos, a morte simbólica, o reencontro com a amada, a ressurreição e o triunfo final do bem acima do mal. A dicotomia homem | natureza perpassa, ainda, pela leitura de uma obra que se assume como exemplar na demonstração das contradições e mal-entendidos em que os seus protagonistas se deixam enredar.
Após o sucesso de Antígono (2011) o Divino Sospiro regressa ao mesmo período histórico e à ópera encenada. Se em Antígono “a maravilhosa máquina do barroco” se reconfigurou naquilo que foi apelidado na altura como “barroco digital”, nesta nova produção voltam a aliar-se na cena as tecnologias contemporâneas e o estrito respeito pela tradição barroca e pela música historicamente informada.
- Música David Perez (1711 – 1778)
- Libreto Pietro Metastasio (1698 – 1782)
- Orquestra DIVINO SOSPIRO
- Direção Musical Massimo Mazzeo